Dicas de Saúde

Janeiro Roxo: conscientização e combate à Hanseníase

16/01/2025 às 08h56

 

A hanseníase, conhecida por muitos como lepra, é uma doença cercada por estigmas e desinformação, mas merece a atenção de todos, independentemente da classe social. Ela é causada por uma bactéria chamada Mycobacterium leprae e afeta a pele, nervos e até órgãos, podendo levar a incapacidades físicas se não for tratada precocemente. Apesar de ser completamente curável com tratamento gratuito pelo SUS, muitas pessoas sofrem por falta de diagnóstico ou pela exclusão social que a doença ainda carrega.

É importante saber que a hanseníase não é uma “doença do passado” nem algo limitado a regiões pobres e remotas. O Brasil é um dos países com maior número de casos no mundo, e sua persistência está diretamente ligada à desigualdade social. A pobreza, o saneamento inadequado e a dificuldade de acesso à saúde pública criam um ambiente propício para a disseminação da doença. No entanto, isso não significa que pessoas de classes mais altas estejam imunes. Qualquer pessoa pode ser exposta e desenvolver hanseníase.

O que realmente agrava a situação é a falta de conscientização. Muitos desconhecem os sinais iniciais, como manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou marrons na pele que perdem a sensibilidade ao toque ou ao calor. A ausência de informação e o preconceito fazem com que pessoas afetadas demorem a buscar ajuda, prolongando o ciclo de transmissão.

Por isso, o Janeiro Roxo é um convite à reflexão e à ação. Quebrar os estigmas, apoiar campanhas de diagnóstico precoce e compreender que a hanseníase é um reflexo das desigualdades sociais nos ajuda a enxergar que o problema não pertence a “outros”, mas a todos nós. Investir em conhecimento e empatia é o primeiro passo para uma sociedade mais justa e saudável.

O Dr. Vitor Hugo Lima Barreto é médico de família, coordenador da APS do Fisco Saúde.