Atividade Física e Envelhecimento

Praticar atividade física é muito importante para manter uma vida saudável. Para os idosos, praticar exercícios é essencial para fortalecer o sistema imunológico, prevenir o aparecimento de doenças crônicas e também manter a mente saudável. 

A prática de atividades físicas para os idosos minimiza os impactos do tempo no processo de envelhecimento, como o enfraquecimento dos músculos.

Assim, com a iniciativa de conscientizar e ampliar o conhecimento dos nossos beneficiários a respeito desse tema, o Dr. Eduardo Jorge Abrantes da Fonte, geriatra do ambulatório próprio do Fisco Saúde respondeu algumas perguntas:  

1 - Como podemos caracterizar o envelhecimento?

O processo de envelhecimento caracteriza-se por uma diminuição na reserva funcional de cada indivíduo.

2 - E o que seria essa reserva?

É definida como a capacidade de enfrentar eventos estressores sem a perda do equilíbrio fisiológico.

Então, quanto maior a reserva funcional de uma pessoa, maior sua condição para realizar atividades intensas ou enfrentar de forma mais efetiva estresses como traumas ou doenças.

Como exemplos, uma boa reserva cardiorrespiratória e osteomuscular permite que as pessoas possam correr mais rápido, uma boa reserva imunológica permite o enfrentamento mais eficiente de determinada infecção ou neoplasia, ou ainda, uma boa reserva cognitiva permite melhor capacidade de atenção e compreensão frente a situações graves como um internamento em UTI.

Dessa forma, quando comparada com jovens, uma pessoa idosa tende a descompensar ou sair do equilíbrio fisiológico mais “facilmente” quando enfrenta uma situação adversa.

Entretanto, essa perda na reserva funcional geralmente é menor naqueles que mantêm ações como nutrição adequada, sono reparador, boas relações interpessoais, treinos de meditação e autoconhecimento, e prática de atividade física regular.    

3 - Que benefícios ocorrem com a prática regular de atividade física?

A atividade física é um dos melhores remédios do mundo! É capaz de aumentar a reserva funcional, e seus efeitos são antagônicos ao envelhecimento.

Sua realização leva a ganho de força muscular, aumento na aptidão cardiovascular com redução de eventos coronarianos e neuro vasculares, preservação ou aumento na densidade mineral óssea com redução de fraturas, melhora do sistema imune com redução de infecções e neoplasias, diminuição da inflamação crônica basal com redução na incidência de doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes, melhora no equilíbrio psíquico com diminuição da ansiedade, maior capacidade cognitiva com preservação da memória, entre outros.

Provavelmente, se existisse um comprimido que trouxesse os resultados da atividade física regular, seria caríssimo e muito disputado! É improvável que apareça tal comprimido, e dessa forma a prática de atividade física, como única alternativa, é essencial.

Para tanto, precisa-se sair da zona de conforto e criar um hábito, uma prática regular. Uma vez criado esse hábito, é possível que surjam novos hábitos secundários, como melhora na dieta ou a cessação do tabagismo. Assim, as vantagens da atividade física também podem ser indiretas.

4 - Que tipo de exercício escolher?

A definição de quais exercícios se deve escolher passa por necessidades físicas individuais e também pelo prazer que essa atividade exerce, pois, quanto maior o prazer, maior a chance da manutenção dessa atividade, e a regularidade é fundamental.

Quanto às necessidades individuais, um exercício com predomínio de atividade aeróbica é mais efetivo na melhora da aptidão cardiovascular, permitindo assim maior resistência para atividades como correr, pedalar ou nadar.

Já um exercício com predomínio de atividade contra resistência, também chamado exercício resistido, é mais determinante para o ganho de força muscular, sendo extremamente útil naqueles que tem dores osteomusculares ou algum desequilíbrio na marcha com risco de queda. Além disso, muito úteis para a manutenção de atividades do dia a dia, como levantar-se, carregar objetos, subir escadas e etc.

Então, sempre que possível, uma pessoa deve combinar os dois tipos de exercícios, porém, como a perda de força tem grande impacto na qualidade de vida dos idosos, os exercícios resistidos devem ser priorizados nos idosos mais frágeis.

5 - Qual a frequência e intensidade dos exercícios?

 Os exercícios com predomínio aeróbico podem ser realizados de três a sete vezes por semana, já os resistidos, geralmente de duas a três vezes, pois esses exigem um intervalo de 48 horas entre as sessões para a recuperação muscular. Quanto maior a intensidade, maior é a necessidade de tempo de repouso.

Para os idosos, recomenda-se uma intensidade leve a moderada, pois apresenta menor risco de lesões. Para alcançar os melhores resultados nessa população, indica-se, de uma forma geral, atividade física regular com intensidade moderada.